quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

A polêmica sobre a vacina do HPV


RIO - A vacinação contra o papilomavírus humano (HPV) - principal infecção viral transmitida pelo sexo no mundo - tem sido motivo de controvérsia. Nos Estados Unidos, Joseph Mercola, médico popular na internet que está sendo acusado pela FDA (agência reguladora de medicamentos do país) de incitar ações na justiça sem fundamento, mostrou em seu site relatos de adolescente contando ter sofrido efeitos graves causados pela vacina Gardasil, no Brasil chamada apenas de quadrivalente. Katie Couric, apresentadora da rede de TV CBS, também abriu espaço em seu programa para mães contarem como a vacina teria prejudicado suas filhas.
Sem provas de reações graves
Mas no mundo, 134 milhões de doses da vacina quadrivalente já foram distribuídas desde 2006. Se forem somadas às 41 milhões do outro tipo, a bivalente, conhecida mundialmente como Cervarix, chega-se a 175 milhões de doses sem que nenhum relato de reações graves tenha sido comprovado. Apesar disso, das 200 pessoas que entraram na Justiça dos Estados Unidos com reclamações da vacina, 49 delas ganharam cerca de US$ 6 milhões do Programa Nacional de Compensação de Injúrias causadas por Vacinação. Enquanto isto, no Japão, queixas de duas mil pessoas fizeram com que o país cancelasse sua campanha de vacinação pública. O imunizante segue permitido em unidades particulares.
- Não há evidências de que as vacinas contra o HPV causem as reações adversas que estão sendo faladas - afirma Luisa Villa, coordenadora do Instituto do HPV, uma das palestrantes do Simpósio de Vacinas da Academia Brasileira de Ciências, que será realizado essa semana no Rio. - Nos ensaios clínicos feitos com oito mil pessoas, foram registrados vários casos graves, inclusive morte. Em todos eles, foi comprovado que a vacina não era a causa. São relações temporais, ou seja, coisas que iriam acontecer independentemente da vacina, mas que, por acaso, se manifestaram após a vacinação.
Um desses casos de temporalidade chocou o Reino Unido em 2009, quando Natalie Morton, de 14 anos, morreu duas horas depois de tomar a vacina contra HPV em seu colégio, na cidade de Coventry. Após um princípio de revolta entre a população, o Serviço Nacional de Saúde da cidade pediu calma para investigar a causa e comprovou, dias depois, que ela havia morrido em decorrência de um tumor maligno.
- Esse tipo de relação sempre vai acontecer com vacinas utilizadas em escalas maiores - analisa Gabriel Oselka, do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina de São Paulo. - Quando não se encontra uma causa para determinado evento que acontece depois da vacinação, é natural que se atribua à vacina.
Foi o que aconteceu com uma roteirista de TV, de 50 anos, que prefere não se identificar. Após recomendação de pediatra e ginecologista, ela levou a filha, então com 16 anos, para tomar a primeira dose da quadrivalente. Dez dias depois, a adolescente teve um surto psicótico.
- O psiquiatra diagnosticou minha filha com esquizofrenia e começou a tratá-la com muitos remédios. Como o quadro não melhorava, ele aumentou a dose dos medicamentos até que ela teve que ser internada - conta. - Eu fiquei desesperada. Depois fizemos análises e descobrimos um quadro de vasculite cerebral (destruição inflamatória dos vasos sanguíneos do cérebro).
Reações devem ser relatadas
Entre o início do surto e o diagnóstico, foram 43 dias de sofrimento. Como os médicos não conseguiram achar nenhum motivo para a doença, a vacina foi apontada como a possível causa. A reação na menina de 16 anos pode ter sido desencadeada por qualquer coisa. Por isso, a indicação é que, diante de um comportamento anormal após o uso de medicação ou vacinação, procure-se uma unidade de saúde.
- Todo lançamento de vacina envolve um esquema de farmacovigilância muito grande - afirma Guilherme Leser, diretor de relações com o governo da MSD, empresa responsável pela fabricação da Gardasil. - Além da empresa, a Anvisa e o Ministério da Saúde monitoram os casos de reações adversas, e o relato é fundamental para que possamos avaliar se existe algum problema com a vacina.
A Anvisa confirmou o acompanhamento dos relatos e afirmou que nenhuma reação grave foi comprovada. Em âmbito internacional, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou um comunicado em julho deste ano atestando a segurança e a importância da vacinação contra HPV.
- A vacina não é feita com o vírus, e sim com uma proteína que “imita” o vírus, ela não leva seu DNA - explica Mauro Romero, chefe do setor de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) da Universidade Federal Fluminense (UFF). - Posso afirmar que as substâncias químicas da vacina não podem gerar efeito colateral e que é muito perigoso esse questionamento, pois isto pode frear um avanço muito grande em termos de saúde pública.
Norte e Nordeste ainda são mais afetados
A partir de março de 2014, a quadrivalente entra no calendário de vacinação brasileiro. Nesse ano (2014), serão vacinadas meninas de 11 a 13 anos em escolas públicas ou em postos de saúde. Em 2015, será a vez de meninas de 9 a 11 anos. Por recomendação da Organização Pan-americana da Saúde, ela será aplicada em três doses: as duas primeiras com um intervalo de seis meses entre; e a terceira após cinco anos.
- No Brasil, cerca de 4,8 mil mulheres morrem por ano em decorrência de câncer de colo de útero, tendo o HPV como 70% das causas - diz o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa. - Alguns anos atrás esse tipo de câncer era a principal causa de morte entre elas. Hoje conseguimos ampliar a realização do papanicolau, e o câncer de colo de útero caiu para a quarta causa nas regiões mais desenvolvidas. No Norte e no Nordeste ele ainda está em segundo lugar.
A ginecologista Rebeca Oliveira, da Med-rio Check-up, alerta que a vacina não previne totalmente contra o HPV, e que o uso da camisinha e a realização do papanicolau são indispensáveis.

Perguntas e respostas
Quem já foi infectado deve tomar a vacina?
Sim. Mesmo que entre 52% e 68% das mulheres criem anticorpos naturais contra a infecção pelo HPV, ainda há a possibilidade de ser infectada por outros tipos do vírus, por isso vale a pena tomar.
Qual o limite de idade e o melhor momento para tomar a vacina?
O ideal é que a vacinação seja feita antes do início da vida sexual, mas quem não é mais virgem também deve tomar. A vacina oferece proteção de longo prazo contra o HPV. A indicação para mulheres acima de 26 anos é tomar a bivalente, que tem como foco maior a prevenção do câncer e não das lesões benignas. Isso não quer dizer, no entanto, que a quadrivalente terá efeito negativo.
Por quanto tempo a pessoa fica protegida?
Os primeiros estudos clínicos foram realizados há 10 anos, e o acompanhamento dos voluntários ainda não apontou nenhuma falha para os tipos de HPV contidos na vacina.
A vacina causa reações adversas graves e pode levar à morte?
Não há comprovação científica. Em julho deste ano, a OMS emitiu um comunicado reafirmando a importância e a segurança da vacina. Os efeitos colaterais mais comuns são dor de cabeça, náusea, febre branda e reação no local da aplicação. Algumas adolescentes podem desmaiar e, por isso, os fabricantes recomendam que as mulheres fiquem sentadas 15 minutos após tomar a vacina.
Saiba mais sobre o vírus
HPV
O papilomavírus humano se instala na pele ou em mucosas e é a DST mais frequente no mundo, com mais de cem tipos.

Doenças relacionadas
Verrugas genitais, câncer de colo do útero, vagina, vulva, ânus, pênis, boca e garganta.
Prevenção
A camisinha evita entre 70% e 80% das transmissões. O exame papanicolau detecta até 90% dos cânceres de colo do útero
Vacina bivalente
Protege contra os tipos 16 e 18 do vírus. Deve ser tomada em três doses: a primeira, um mês depois e outra após seis meses. É indicada para mulheres a partir de 9 anos e cobre 70% de lesões pré-cancerosas de colo do útero
Vacina quadrivalente
Protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do vírus. No sistema público, será tomada em três doses: as duas primeiras com intervalo de seis meses, e a terceira após cinco anos. Em clínicas de imunização privadas continua a ser dada também em três doses: a primeira, dois meses depois e outra após seis meses. É indicada para homens e mulheres, de 9 a 26 anos, e cobre 70% de lesões pré-cancerosas de colo do útero; 90% de lesões pré-cancerosas de ânus; 50% de lesões pré-cancerosas de vulva; 60% de lesões pré-cancerosas de vagina; 90% de verrugas genitais


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/saude/a-polemica-sobre-vacina-do-hpv-11067994#ixzz2uT91AOGi 

O que é HPV?


O HPV é um condiloma acuminado, conhecido também como verruga genital, crista de galo, figueira ou cavalo de crista, é uma doença sexualmente transmissível (DST) causada pelo Papilomavírus humano (HPV). Atualmente, existem mais de 100 tipos de HPV - alguns deles podendo causar câncer, principalmente no colo do útero e do ânus. Entretanto, a infecção pelo HPV é muito comum e nem sempre resulta em câncer. O exame de prevenção do câncer ginecológico, o Papanicolau, pode detectar alterações precoces no colo do útero e deve ser feito rotineiramente por todas as mulheres.
ADAM



O HPV é uma DST que pode causar câncer principalmente no colo do útero e no ânus



Não se conhece o tempo em que o HPV pode permanecer sem sintomas e quais são os fatores responsáveis pelo desenvolvimento de lesões. Por esse motivo, é recomendável procurar serviços de saúde para consultas periodicamente.

Causas

A principal forma de transmissão do vírus do HPV é pela via sexual. Para ocorrer o contágio, a pessoa infectada não precisa apresentar sintomas. Mas, quando a verruga é visível, o risco de transmissão é muito maior. O uso da camisinha durante a relação sexual geralmente impede a transmissão do HPV, que também pode ser transmitido para o bebê durante o parto.

Sintomas de HPV

A infecção pelo HPV normalmente causa verrugas de tamanhos variáveis. No homem, é mais comum na cabeça do pênis (glande) e na região do ânus. Na mulher, os sintomas mais comuns do HPV surgem na vagina, vulva, região do ânus e colo do útero. As lesões do HPV também podem aparecer na boca e na garganta. Tanto o homem quanto a mulher podem estar infectados pelo vírus sem apresentar sintomas.

Tratamento de HPV

Na presença de qualquer sinal ou sintoma do HPV, é recomendado procurar um profissional de saúde, para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado para o HPV.

Prevenção

Vacina

Foram desenvolvidas duas vacinas contra os tipos de HPV mais presentes no câncer de colo do útero: a vacina bivalente e a vacina quadrivalente. Essas vacinas, na verdade, previnem contra a infecção por HPV. Mas o real impacto da vacinação contra o câncer de colo de útero só poderá ser observado após décadas. Uma dessas vacinas é quadrivalente, ou seja, previne contra quatro tipos de HPV: o 16 e 18, presentes em 70% dos casos de câncer de colo do útero, e o 6 e 11, presentes em 90% dos casos de verrugas genitais. A outra é específica para os subtipos de HPV 16 e 18.
Saiba mais
·         Vacina contra HPV
É fundamental deixar claro que a adoção da vacina contra o HPV não substituirá a realização regular do exame de citologia, Papanicolau (preventivo).
A vacina contra o HPV é mais uma estratégia possível para o enfrentamento do problema e um momento importante para avaliar se há existência de DST. Ainda há muitas perguntas sem respostas relativas à vacina do HPV:
·         A vacina do HPV só previne contra as lesões précancerosas ou também contra o desenvolvimento do câncer de colo de útero?
·         Qual o tempo de proteção conferido pela vacina do HPV?
·         Levando-se em conta que a maioria das infecções por HPV é facilmente debelada pelo sistema imunológico, como a vacinação afeta a imunidade natural contra o HPV?
·         Como a vacina afeta outros tipos de HPV associados ao câncer de colo de útero e condilomas (verrugas)?
A vacina do HPV funciona estimulando a produção de anticorpos específicos para cada tipo de HPV. A proteção contra a infecção vai depender da quantidade de anticorpos produzidos pelo indivíduo vacinado, a presença destes anticorpos no local da infecção e a sua persistência durante um longo período de tempo.
Câncer de colo do útero
A duração da imunidade conferida pela vacina do HPV ainda não foi determinada, principalmente pelo pouco tempo em que é comercializada no mundo, desde 2007. Até o momento, só se tem convicção de cinco anos de proteção. Na verdade, embora se trate da mais importante novidade surgida na prevenção à infecção pelo HPV, ainda é preciso delimitar qual é o seu alcance sobre a incidência e a mortalidade do  câncer de colo do útero.


Vírus do HPV é mais resistente que o do HIV


Ameaça silenciosa à saúde de homens e mulheres e considerado uma Doença Sexualmente Transmissível (DST), o Papiloma Vírus Humano, mais conhecido como HPV, atinge, em geral, a população jovem, de 14 a 29 anos, e não tem cura.

Existem mais de 100 variações do vírus, os considerados de alto risco (oncogênicos), que podem resultar no câncer de colo de útero, e os de baixo risco, que provocam outras manifestações, como o surgimento de verrugas acinzentadas (condiloma).

De acordo com o Ministério da Saúde, são registrados 137 mil novos casos da doença a cada ano no país. "Estudos sugerem que após 12 meses da primeira relação sexual, 30% das mulheres já apresentam determinados tipos de HPV", comenta a ginecologista Sueli Raposo, do Delboni Auriemo Medicina Diagnóstica/ DASA.

Os números refletem uma das maiores preocupações em torno do HPV: a de que ele pode ser transmitido com bastante facilidade e muita gente desconhece como o contágio pode acontecer. O ginecologista José Maria Soares, um dos autores do livro "Ginecologia" (Editora Manole), ajuda a esclarecer as dúvidas em torno do assunto.

1. Usar preservativo já é o suficiente para evitar a transmissão do HPV?
Não. A camisinha é essencial para reduzir os riscos, mas não elimina a chance de contaminação. Uma vez que o vírus pode ser transmitido através do atrito da pele com uma área infectada, o preservativo vai proteger apenas a região do pênis que é recoberta por ela. Se há contato com outras áreas expostas contaminadas, como a região púbica e escrotal masculina ou com a vulva feminina, as chances de transmissão existem.

2. É possível que a transmissão ocorra através do contato com toalhas, roupas íntimas e até pelo vaso sanitário?
Sim. O HPV é mais resistente que o HIV, porque sobrevive por mais tempo no ambiente. O risco de contágio dessas maneiras é menor, mas existe. Logo, se uma pessoa tiver atrito com uma peça infectada, a chance de contaminação não pode ser descartada.

3. E no caso de compartilhar a mesma lâmina ou fazer depilação com objetos usados por mais de uma pessoa?
Também há a chance de transmissão. E quando envolve sangue, o risco aumenta mais ainda. 

4. A manifestação do HPV ocorre de maneira igual no corpo de homens e mulheres?
Nas mulheres, podem aparecer na forma de feridas ou a aglomeração de verrugas acizentadas (chamado de condiloma acuminado) por toda a área genital. Para chegar a esse ponto, tudo vai depender da imunidade de cada uma. Pode levar uma semana, meses, anos ou, às vezes, a ferida pode nunca ocorrer. Os homens, em geral, não apresentam lesões visíveis no pênis, mas em alguns casos a inflamação pode aparecer.

5. Quais são os outros sintomas que as mulheres podem apresentar?
A maioria das pacientes não tem sintomas, mas o mais comum são coceiras, prurido e lesões. A úlcera vulvar, quando uma lesão abrasiva destrói a camada de pele, é mais rara.

6. O HPV pode ocasionar outras doenças?
Sim, nas mulheres, alguns tipos do vírus podem ocasionar o câncer de colo de útero. O HPV também pode estar associado a doenças venéreas, tais como sífilis, gonorreia e clamídia.

7. Mas qual a melhor maneira de se prevenir contra o HPV?
Usar preservativo nas relações sexuais, ter um parceiro fixo, além de cuidados higiênicos, como não compartilhar objetos pessoais ou sentar no vaso sanitário de banheiros públicos são ações preventivas. Os homens devem passar por exames laboratoriais periódicos. Já as mulheres devem fazer o exame preventivo papanicolau ao menos uma vez por ano para detectar a presença do vírus. E, quando um dos parceiros percebe qualquer alteração nas áreas genitais, como lesões, vermelhidão ou verrugas, precisa procurar um médico imediatamente. Outra forma de prevenção é a vacinação.

8. Existe uma vacina? Como ela funciona?
Sim. É mais uma medida preventiva. A vacina é comercializada no Brasil por dois laboratórios e protege contra algumas variações do HPV. De acordo com estudos clínicos, é indicada para uso em mulheres de 9 a 26 anos de idade. A eficácia em outras faixas etárias e em homens ainda está sendo estudada. A aplicação é feita em três doses, sendo a primeira na data escolhida e as demais com intervalos de 45 dias. A vacina deve ser reforçada a cada ano.

HPV (PAPILOMAVÍRUS HUMANO)




O HPV (papilomavírus humano), nome genérico de um grupo de vírus que engloba mais de cem tipos diferentes, pode provocar a formação de verrugas na pele, e nas regiões oral (lábios, boca, cordas vocais, etc.), anal, genital e da uretra. As lesões genitais podem ser de alto risco, porque são precursoras de tumores malignos, especialmente do câncer do colo do útero e do pênis, e de baixo risco (não relacionadas ao aparecimento de câncer).
Transmissão do Papiloma Vírus Humano (HPV)
A transmissão se dá predominantemente por via sexual, mas existe a possibilidade de transmissão vertical (mãe/feto), de auto-inoculação e de inoculação através de objetos que alberguem o HPV.
Diagnóstico
As características anatômicas dos órgãos sexuais masculinos permitem que as lesões sejam mais facilmente reconhecíveis. Nas mulheres, porém, elas podem espalhar-se por todo o trato genital e alcançar o colo do útero, uma vez que, na maior parte dos casos, só são diagnosticáveis por exames especializados, como o de Papanicolaou (teste de rotina para controle ginecológico), a colposcopia e outros mais sofisticados como hibridização in situ, PCR (reação da cadeia de polimerase) e captura híbrida.
Sintomas
A infecção causada pelo HPV pode ser assintomática ou provocar o aparecimento de verrugas com aspecto parecido ao de uma pequena couve-flor na pele e nas mucosas. Se a alteração nos genitais for discreta, será percebida apenas através de exames específicos. Se forem mais graves, as células infectadas pelo vírus podem perder os controles naturais sobre o processo de multiplicação, invadir os tecidos vizinhos e formar um tumor maligno como o câncer do colo do útero e do pênis.
Tratamento
O vírus do HPV pode ser eliminado espontaneamente, sem que a pessoa sequer saiba que estava infectada. Uma vez feito o diagnóstico, porém, o tratamento pode ser clínico (com medicamentos) ou cirúrgico: cauterização química, eletrocauterização, crioterapia, laser ou cirurgia convencional em casos de câncer instalado.
Recomendações
* Lembre-se que o uso do preservativo é medida indispensável de saúde e higiene não só contra a infecção pelo HPV, mas como prevenção para todas as outras doenças sexualmente transmissíveis;
* Saiba que o HPV pode ser transmitido na prática de sexo oral;
* Vida sexual mais livre e multiplicidade de parceiros implicam eventuais riscos que exigem maiores cuidados preventivos;
* Informe seu parceiro/a se o resultado de seu exame para HPV for positivo. Ambos precisam de tratamento;
* Parto normal não é indicado para gestantes portadoras do HPV com lesões genitais em atividade;
* Consulte regularmente o ginecologista e faça os exames prescritos a partir do início da vida sexual. Não se descuide. Diagnóstico e tratamento precoce sempre contam pontos a favor do paciente.

 http://drauziovarella.com.br/sexualidade/hpv-papilomavirus-humano/


 

domingo, 24 de novembro de 2013

Fontes renováveis e não renováveis de energia







Para quem vive na cidade grande, a poluição e a fumaça já fazem parte do dia a dia, especialmente as que saem do cano de descarga dos automóveis. Mas quem quer viver em um ambiente poluído? Ninguém, claro! Não faz bem à nossa saúde, nem aos demais seres vivos, à natureza.
Pensando no futuro do planeta, na vida com mais qualidade, os cientistas vêm desenvolvendo biocombustíveis. O que é isso? São combustíveis de origem biológica – principalmente de origem vegetal, como a partir da soja, do milho e da cana-de-açúcar – para substituir o petróleo e o gás natural, atualmente muito utilizados e responsáveis em grande parte por agressões ao meio ambiente.

Que tal aprender um pouco mais sobre isso?

Fontes de energia renováveis e não renováveis – Para começar a entender por que os biocombustíveis são importantes, é preciso entender um pouco das fontes de energia utilizadas no mundo.



Algumas fontes são chamadas renováveis, ou seja, podem ser usadas sempre, porque não vão se esgotar – por exemplo, a energia gerada pela água em usinas hidrelétricas ou a energia solar e eólica (gerada pelo vento). Além da vantagem de não se esgotarem, essas fontes de energia também são geralmente consideradas formas de energia limpa, porque não agridem o meio ambiente. Na verdade, algumas fontes renováveis também geram poluição, mas essa agressão à natureza é considerada muito pequena se comparada às fontes não renováveis.




Ah, sim! Você quer saber o que são fontes não renováveis? Como o próprio nome diz, são fontes de energia que vão se esgotar com o tempo, pois não se renovam com facilidade. Um exemplo são os combustíveis fósseis, como petróleo, gás natural e carvão. Não é possível repor o que gastamos de cada um desses combustíveis, pois foram necessários milhões de anos para que eles se formassem. Suas reservas são, então, limitadas e, com o uso, um dia se acabarão.
Esses combustíveis têm também outras desvantagens: são altamente prejudiciais ao meio ambiente e ficam concentrados em algumas regiões do mundo – ou seja, nem todos os países têm acesso fácil a eles. Por isso, cada vez a ciência tem se ocupado em buscar outras fontes de energia, mais democráticas e menos poluentes.

Biocombustíveis – Um exemplo do que os pesquisadores têm criado são os biocombustíveis, os tais gerados a partir de componentes biológicos, principalmente de plantas. Além de substituir, pelo menos em parte, o uso de fontes de energia não renováveis, esses biocombustíveis, quando colocados em motores de carros ou caminhões, emitem menos poluição do que os combustíveis fósseis.

A energia solar também é uma opção aos combustíveis fósseis, mas é bem mais fácil e viável tecnologicamente fazer carros movidos a biocombustíveis do que a energia solar. No Brasil, usamos principalmente dois tipos de biocombustíveis líquidos: o etanol (álcool extraído da cana-de-açúcar) e o biodiesel (produzido a partir de óleos vegetais ou gorduras animais).

Biodiesel – O biodiesel é um combustível produzido a partir de gorduras animais ou óleos vegetais extraídos de plantas oleaginosas como soja, dendê, girassol, babaçu, amendoim, mamona e pinhão-manso. Mas não adianta colocar pasta de amendoim no tanque do carro! Antes de ser usado nos motores, o óleo extraído das plantas passa por um processo químico nas indústrias, podendo ser misturado também com óleos extraídos de outros vegetais. O produto final é bem diferente daquele que foi retirado das plantas.





Atualmente, o Brasil já é um dos maiores produtores e consumidores de biodiesel do mundo. Em 2008, 1,2 bilhões de litros desse combustível foram produzidos no país, para serem usados em caminhões, tratores, camionetas e automóveis. Esse combustível é considerado tão importante em nosso país que, em janeiro de 2009, a nossa capacidade de produzi-lo mais do que triplicou: 3,7 bilhões de litros.
Produzir biodiesel é importante por vários motivos. Um deles é a preservação do meio ambiente, porque o material necessário – óleo vegetal – é extraído de plantações, evitando a necessidade de derrubar árvores ou investir fortunas na perfuração de poços em busca de petróleo. Além disso, ele polui menos o ar do que o combustível tradicional.
Outra vantagem importante é econômica: produzindo o biodiesel aqui, o Brasil não precisa comprar tanto petróleo de outros países, economizando um bom dinheiro. Em 2008, o uso do biodiesel economizou quase dois bilhões de reais (que teriam sido gastos com a importação de diesel de petróleo).


Por último – mas igualmente valiosa – vem a vantagem social do biodiesel. É que as indústrias que fabricam esse combustível compram plantas oleaginosas dos agricultores brasileiros. Milhares de pessoas já conseguiram empregos no campo graças a isso.
Alguns especialistas, porém, têm uma visão mais pessimista. Eles acreditam que, embora a plantação de oleaginosas em pequenas propriedades gere empregos e renda para os agricultores, isso pode comprometer a produção dessas plantas na quantidade necessária para abastecer o país no que diz respeito à alimentação.



Etanol (álcool) – Desde a década de 1970, o governo brasileiro incentiva o uso do álcool fabricado a partir da cana-de-açúcar como combustível. Um dos motivos para isso é o preço do álcool, mais barato do que o da gasolina (combustível à base de petróleo).

Existem duas formas de usar o álcool nos carros: misturado à gasolina ou puro, em motores adaptados. Na década de 1980, nove de cada dez automóveis vendidos no país eram movidos a álcool. Porém, na década seguinte, por conta da queda no preço do petróleo, a situação mudou: apenas um de cada cem carros vendidos tinham motores a álcool.

Hoje, com carros mais modernos que podem funcionar tanto a álcool quanto a gasolina, o consumo de etanol cresceu novamente. Além disso, toda gasolina vendida no Brasil contém pelo menos um quarto de álcool. O resultado? Em 2009, o consumo de etanol ultrapassou o da gasolina!
O etanol pode ser produzido a partir de vários vegetais, mas, no Brasil, só se usa a cana-de-açúcar, que oferece mais vantagens energéticas e econômicas. Ponto também para o meio ambiente: o cultivo da cana apresenta várias vantagens ecológicas. Por exemplo, causa pouca erosão no solo, recicla os resíduos gerados, não polui a água.
Além disso, seu uso como combustível garante a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa, como o gás carbônico. Só no Brasil, de 1970 a 2005, o uso de etanol significou não emitir 644 milhões de toneladas de gás carbônico!
Por essas e outras, as plantações de cana representam hoje a maior área de produção orgânica do país.

O ambiente agradece – Os especialistas têm observado que a produção de biocombustíveis tem tido um retorno social e ao meio ambiente bastante positivo. Uma característica boa, por exemplo, é que o plantio dos materiais necessários ajuda a recuperar áreas que já haviam sido desflorestadas. Além disso, é possível fazer um rodízio de plantações em terras voltadas à produção de alimentos e empregar muita gente.

O combustível do futuro - Por serem tão promissores em relação à economia e à preservação do meio ambiente, os biocombustíveis chamam a atenção de muitos pesquisadores, que vêm testando diferentes matérias primas para fabricá-los. Além dos óleos vegetais, gorduras animais e cana-de-açúcar, há pesquisas com outros materiais.
Um exemplo é o etanol celulósico, obtido a partir de componentes das plantas que geralmente são jogados fora, pois não servem à alimentação humana nem animal e nem à fabricação de móveis ou papel. É o caso da casca dos eucaliptos, que atualmente é descartada, mas contém bastante celulose e poderia ser usada para produzir etanol celulósico.
Estudos já mostraram que esse biocombustível apresenta muitas vantagens não só para o meio ambiente, mas também para a saúde humana, já que o etanol celulósico produz menor quantidade de matéria fina particulada – um componente da poluição especialmente perigoso para a nossa saúde.
Achou uma boa idéia? Pois espere para conhecer a próxima!


Segundo pesquisadores, até lixo pode ser usado como fonte de energia. Todo esse material, que temos em grande quantidade e que pode nos causar um problemão em relação a onde colocá-lo, pode virar uma alternativa viável para produzir, por exemplo, energia elétrica. Transformar lixo requer tecnologia, e já existem técnicas disponíveis – como aproveitar o gás produzido nos depósitos de lixo. Mas outras ainda estão chegando por aí, como fazer um combustível sólido a partir do aproveitamento de restos alimentares. Esse sistema, porém, só poderá ser implantado com a ajuda de todos, por exemplo, fazendo a coleta seletiva do lixo em casa.
Por fim, é importante destacar que esse é um objetivo conjunto de todos os países – afinal, dividimos e queremos preservar o mesmo planeta! Por isso, várias parcerias têm sido estabelecidas ao redor do mundo para possibilitar e ampliar a produção de biocombustíveis.