quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
A polêmica sobre a vacina do HPV
RIO - A
vacinação contra o papilomavírus humano (HPV) - principal infecção viral
transmitida pelo sexo no mundo - tem sido motivo de controvérsia. Nos Estados
Unidos, Joseph Mercola, médico popular na internet que está sendo acusado pela
FDA (agência reguladora de medicamentos do país) de incitar ações na justiça
sem fundamento, mostrou em seu site relatos de adolescente contando ter sofrido
efeitos graves causados pela vacina Gardasil, no Brasil chamada apenas de
quadrivalente. Katie Couric, apresentadora da rede de TV CBS, também abriu
espaço em seu programa para mães contarem como a vacina teria prejudicado suas
filhas.
Sem provas de reações graves
Mas no
mundo, 134 milhões de doses da vacina quadrivalente já foram distribuídas desde
2006. Se forem somadas às 41 milhões do outro tipo, a bivalente, conhecida
mundialmente como Cervarix, chega-se a 175 milhões de doses sem que nenhum
relato de reações graves tenha sido comprovado. Apesar disso, das 200 pessoas
que entraram na Justiça dos Estados Unidos com reclamações da vacina, 49 delas
ganharam cerca de US$ 6 milhões do Programa Nacional de Compensação de Injúrias
causadas por Vacinação. Enquanto isto, no Japão, queixas de duas mil pessoas
fizeram com que o país cancelasse sua campanha de vacinação pública. O
imunizante segue permitido em unidades particulares.
- Não há
evidências de que as vacinas contra o HPV causem as reações adversas que estão
sendo faladas - afirma Luisa Villa, coordenadora do Instituto do HPV, uma das
palestrantes do Simpósio de Vacinas da Academia Brasileira de Ciências, que
será realizado essa semana no Rio. - Nos ensaios clínicos feitos com oito mil
pessoas, foram registrados vários casos graves, inclusive morte. Em todos eles,
foi comprovado que a vacina não era a causa. São relações temporais, ou seja,
coisas que iriam acontecer independentemente da vacina, mas que, por acaso, se
manifestaram após a vacinação.
Um desses
casos de temporalidade chocou o Reino Unido em 2009, quando Natalie Morton, de
14 anos, morreu duas horas depois de tomar a vacina contra HPV em seu colégio,
na cidade de Coventry. Após um princípio de revolta entre a população, o
Serviço Nacional de Saúde da cidade pediu calma para investigar a causa e
comprovou, dias depois, que ela havia morrido em decorrência de um tumor
maligno.
- Esse
tipo de relação sempre vai acontecer com vacinas utilizadas em escalas maiores
- analisa Gabriel Oselka, do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina
de São Paulo. - Quando não se encontra uma causa para determinado evento que
acontece depois da vacinação, é natural que se atribua à vacina.
Foi o que
aconteceu com uma roteirista de TV, de 50 anos, que prefere não se identificar.
Após recomendação de pediatra e ginecologista, ela levou a filha, então com 16
anos, para tomar a primeira dose da quadrivalente. Dez dias depois, a
adolescente teve um surto psicótico.
- O
psiquiatra diagnosticou minha filha com esquizofrenia e começou a tratá-la com
muitos remédios. Como o quadro não melhorava, ele aumentou a dose dos
medicamentos até que ela teve que ser internada - conta. - Eu fiquei
desesperada. Depois fizemos análises e descobrimos um quadro de vasculite
cerebral (destruição inflamatória dos vasos sanguíneos do cérebro).
Reações devem ser relatadas
Entre o
início do surto e o diagnóstico, foram 43 dias de sofrimento. Como os médicos
não conseguiram achar nenhum motivo para a doença, a vacina foi apontada como a
possível causa. A reação na menina de 16 anos pode ter sido desencadeada por
qualquer coisa. Por isso, a indicação é que, diante de um comportamento anormal
após o uso de medicação ou vacinação, procure-se uma unidade de saúde.
- Todo
lançamento de vacina envolve um esquema de farmacovigilância muito grande -
afirma Guilherme Leser, diretor de relações com o governo da MSD, empresa
responsável pela fabricação da Gardasil. - Além da empresa, a Anvisa e o
Ministério da Saúde monitoram os casos de reações adversas, e o relato é
fundamental para que possamos avaliar se existe algum problema com a vacina.
A Anvisa
confirmou o acompanhamento dos relatos e afirmou que nenhuma reação grave foi
comprovada. Em âmbito internacional, a Organização Mundial de Saúde (OMS)
divulgou um comunicado em julho deste ano atestando a segurança e a importância
da vacinação contra HPV.
- A
vacina não é feita com o vírus, e sim com uma proteína que “imita” o vírus, ela
não leva seu DNA - explica Mauro Romero, chefe do setor de Doenças Sexualmente
Transmissíveis (DST) da Universidade Federal Fluminense (UFF). - Posso afirmar
que as substâncias químicas da vacina não podem gerar efeito colateral e que é
muito perigoso esse questionamento, pois isto pode frear um avanço muito grande
em termos de saúde pública.
Norte e Nordeste ainda são mais afetados
A partir
de março de 2014, a quadrivalente entra no calendário de vacinação brasileiro.
Nesse ano (2014), serão vacinadas meninas de 11 a 13 anos em escolas públicas
ou em postos de saúde. Em 2015, será a vez de meninas de 9 a 11 anos. Por
recomendação da Organização Pan-americana da Saúde, ela será aplicada em três
doses: as duas primeiras com um intervalo de seis meses entre; e a terceira
após cinco anos.
- No
Brasil, cerca de 4,8 mil mulheres morrem por ano em decorrência de câncer de
colo de útero, tendo o HPV como 70% das causas - diz o secretário de Vigilância
em Saúde, Jarbas Barbosa. - Alguns anos atrás esse tipo de câncer era a
principal causa de morte entre elas. Hoje conseguimos ampliar a realização do
papanicolau, e o câncer de colo de útero caiu para a quarta causa nas regiões
mais desenvolvidas. No Norte e no Nordeste ele ainda está em segundo lugar.
A
ginecologista Rebeca Oliveira, da Med-rio Check-up, alerta que a vacina não
previne totalmente contra o HPV, e que o uso da camisinha e a realização do
papanicolau são indispensáveis.
Perguntas e respostas
Quem já
foi infectado deve tomar a vacina?
Sim.
Mesmo que entre 52% e 68% das mulheres criem anticorpos naturais contra a
infecção pelo HPV, ainda há a possibilidade de ser infectada por outros tipos
do vírus, por isso vale a pena tomar.
Qual o
limite de idade e o melhor momento para tomar a vacina?
O ideal é
que a vacinação seja feita antes do início da vida sexual, mas quem não é mais
virgem também deve tomar. A vacina oferece proteção de longo prazo contra o
HPV. A indicação para mulheres acima de 26 anos é tomar a bivalente, que tem
como foco maior a prevenção do câncer e não das lesões benignas. Isso não quer
dizer, no entanto, que a quadrivalente terá efeito negativo.
Por
quanto tempo a pessoa fica protegida?
Os
primeiros estudos clínicos foram realizados há 10 anos, e o acompanhamento dos
voluntários ainda não apontou nenhuma falha para os tipos de HPV contidos na
vacina.
A vacina
causa reações adversas graves e pode levar à morte?
Não há
comprovação científica. Em julho deste ano, a OMS emitiu um comunicado
reafirmando a importância e a segurança da vacina. Os efeitos colaterais mais
comuns são dor de cabeça, náusea, febre branda e reação no local da aplicação.
Algumas adolescentes podem desmaiar e, por isso, os fabricantes recomendam que
as mulheres fiquem sentadas 15 minutos após tomar a vacina.
Saiba mais sobre o vírus
HPV
O
papilomavírus humano se instala na pele ou em mucosas e é a DST mais frequente
no mundo, com mais de cem tipos.
Doenças relacionadas
Verrugas
genitais, câncer de colo do útero, vagina, vulva, ânus, pênis, boca e garganta.
Prevenção
A
camisinha evita entre 70% e 80% das transmissões. O exame papanicolau detecta
até 90% dos cânceres de colo do útero
Vacina
bivalente
Protege
contra os tipos 16 e 18 do vírus. Deve ser tomada em três doses: a primeira, um
mês depois e outra após seis meses. É indicada para mulheres a partir de 9 anos
e cobre 70% de lesões pré-cancerosas de colo do útero
Vacina
quadrivalente
Protege
contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do vírus. No sistema público, será tomada em
três doses: as duas primeiras com intervalo de seis meses, e a terceira após
cinco anos. Em clínicas de imunização privadas continua a ser dada também em
três doses: a primeira, dois meses depois e outra após seis meses. É indicada
para homens e mulheres, de 9 a 26 anos, e cobre 70% de lesões pré-cancerosas de
colo do útero; 90% de lesões pré-cancerosas de ânus; 50% de lesões pré-cancerosas de vulva; 60% de lesões pré-cancerosas de
vagina; 90% de verrugas genitais
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/saude/a-polemica-sobre-vacina-do-hpv-11067994#ixzz2uT91AOGi
O que é HPV?
O HPV é
um condiloma acuminado, conhecido também como verruga genital, crista de galo,
figueira ou cavalo de crista, é uma doença sexualmente transmissível (DST)
causada pelo Papilomavírus humano (HPV). Atualmente, existem mais de 100 tipos
de HPV - alguns deles podendo causar câncer, principalmente no colo do útero e
do ânus. Entretanto, a infecção pelo HPV é muito comum e nem sempre resulta em
câncer. O exame de prevenção do câncer ginecológico, o Papanicolau, pode
detectar alterações precoces no colo do útero e
deve ser feito rotineiramente por todas as mulheres.
O HPV é uma DST que pode causar câncer principalmente no
colo do útero e no ânus
Não se
conhece o tempo em que o HPV pode permanecer sem sintomas e quais são os
fatores responsáveis pelo desenvolvimento de lesões. Por esse motivo, é
recomendável procurar serviços de saúde para consultas periodicamente.
Causas
A
principal forma de transmissão do vírus do HPV é pela via sexual. Para ocorrer
o contágio, a pessoa infectada não precisa apresentar sintomas. Mas, quando a
verruga é visível, o risco de transmissão é muito maior. O uso da camisinha
durante a relação sexual geralmente impede a transmissão do HPV, que também
pode ser transmitido para o bebê durante o parto.
Sintomas de HPV
A
infecção pelo HPV normalmente causa verrugas de tamanhos variáveis. No homem, é
mais comum na cabeça do pênis (glande) e na região do ânus. Na mulher, os
sintomas mais comuns do HPV surgem na vagina, vulva, região do ânus e colo do
útero. As lesões do HPV também podem aparecer na boca e na garganta. Tanto o
homem quanto a mulher podem estar infectados pelo vírus sem apresentar
sintomas.
Tratamento de HPV
Na
presença de qualquer sinal ou sintoma do HPV, é recomendado procurar um
profissional de saúde, para o diagnóstico correto e indicação do tratamento
adequado para o HPV.
Prevenção
Vacina
Foram
desenvolvidas duas vacinas contra os tipos de HPV mais presentes no câncer de
colo do útero: a vacina bivalente e a vacina quadrivalente. Essas vacinas, na verdade, previnem
contra a infecção por HPV. Mas o real impacto da vacinação contra o câncer de
colo de útero só poderá ser observado após décadas. Uma dessas vacinas é
quadrivalente, ou seja, previne contra quatro tipos de HPV: o 16 e 18,
presentes em 70% dos casos de câncer de colo do útero, e o 6 e 11, presentes em
90% dos casos de verrugas genitais. A outra é específica para os subtipos de
HPV 16 e 18.
Saiba
mais
É
fundamental deixar claro que a adoção da vacina contra o HPV não substituirá a
realização regular do exame de citologia, Papanicolau (preventivo).
A
vacina contra o HPV é mais uma estratégia possível para o enfrentamento do
problema e um momento importante para avaliar se há existência de DST. Ainda há
muitas perguntas sem respostas relativas à vacina do HPV:
·
A vacina do HPV só previne contra as lesões précancerosas ou
também contra o desenvolvimento do câncer de colo de útero?
·
Qual o tempo de proteção conferido pela vacina do HPV?
·
Levando-se em conta que a maioria das infecções por HPV é
facilmente debelada pelo sistema imunológico, como a vacinação afeta a
imunidade natural contra o HPV?
·
Como a vacina afeta outros tipos de HPV associados ao câncer de
colo de útero e condilomas (verrugas)?
A
vacina do HPV funciona estimulando a produção de anticorpos específicos para
cada tipo de HPV. A proteção contra a infecção vai depender da quantidade de
anticorpos produzidos pelo indivíduo vacinado, a presença destes anticorpos no
local da infecção e a sua persistência durante um longo período de tempo.
Câncer de colo do útero
A
duração da imunidade conferida pela vacina do HPV ainda não foi determinada,
principalmente pelo pouco tempo em que é comercializada no mundo, desde 2007.
Até o momento, só se tem convicção de cinco anos de proteção. Na verdade,
embora se trate da mais importante novidade surgida na prevenção à infecção
pelo HPV, ainda é preciso delimitar qual é o seu alcance sobre a incidência e a
mortalidade do câncer de colo do útero.
Vírus do HPV é mais resistente que o do HIV
Ameaça
silenciosa à saúde de homens e mulheres e considerado uma Doença Sexualmente
Transmissível (DST), o Papiloma Vírus Humano, mais conhecido como HPV, atinge, em
geral, a população jovem, de 14 a 29 anos, e não tem cura.
Existem mais de 100 variações do vírus, os considerados de alto risco (oncogênicos), que podem resultar no câncer de colo de útero, e os de baixo risco, que provocam outras manifestações, como o surgimento de verrugas acinzentadas (condiloma).
De acordo com o Ministério da Saúde, são registrados 137 mil novos casos da doença a cada ano no país. "Estudos sugerem que após 12 meses da primeira relação sexual, 30% das mulheres já apresentam determinados tipos de HPV", comenta a ginecologista Sueli Raposo, do Delboni Auriemo Medicina Diagnóstica/ DASA.
Os números refletem uma das maiores preocupações em torno do HPV: a de que ele pode ser transmitido com bastante facilidade e muita gente desconhece como o contágio pode acontecer. O ginecologista José Maria Soares, um dos autores do livro "Ginecologia" (Editora Manole), ajuda a esclarecer as dúvidas em torno do assunto.
1. Usar preservativo já é o suficiente para evitar a transmissão do HPV?
Não. A camisinha é essencial para reduzir os riscos, mas não elimina a chance de contaminação. Uma vez que o vírus pode ser transmitido através do atrito da pele com uma área infectada, o preservativo vai proteger apenas a região do pênis que é recoberta por ela. Se há contato com outras áreas expostas contaminadas, como a região púbica e escrotal masculina ou com a vulva feminina, as chances de transmissão existem.
2. É possível que a transmissão ocorra através do contato com toalhas, roupas íntimas e até pelo vaso sanitário?
Sim. O HPV é mais resistente que o HIV, porque sobrevive por mais tempo no ambiente. O risco de contágio dessas maneiras é menor, mas existe. Logo, se uma pessoa tiver atrito com uma peça infectada, a chance de contaminação não pode ser descartada.
3. E no caso de compartilhar a mesma lâmina ou fazer depilação com objetos usados por mais de uma pessoa?
Também há a chance de transmissão. E quando envolve sangue, o risco aumenta mais ainda.
4. A manifestação do HPV ocorre de maneira igual no corpo de homens e mulheres?
Nas mulheres, podem aparecer na forma de feridas ou a aglomeração de verrugas acizentadas (chamado de condiloma acuminado) por toda a área genital. Para chegar a esse ponto, tudo vai depender da imunidade de cada uma. Pode levar uma semana, meses, anos ou, às vezes, a ferida pode nunca ocorrer. Os homens, em geral, não apresentam lesões visíveis no pênis, mas em alguns casos a inflamação pode aparecer.
5. Quais são os outros sintomas que as mulheres podem apresentar?
A maioria das pacientes não tem sintomas, mas o mais comum são coceiras, prurido e lesões. A úlcera vulvar, quando uma lesão abrasiva destrói a camada de pele, é mais rara.
6. O HPV pode ocasionar outras doenças?
Sim, nas mulheres, alguns tipos do vírus podem ocasionar o câncer de colo de útero. O HPV também pode estar associado a doenças venéreas, tais como sífilis, gonorreia e clamídia.
7. Mas qual a melhor maneira de se prevenir contra o HPV?
Usar preservativo nas relações sexuais, ter um parceiro fixo, além de cuidados higiênicos, como não compartilhar objetos pessoais ou sentar no vaso sanitário de banheiros públicos são ações preventivas. Os homens devem passar por exames laboratoriais periódicos. Já as mulheres devem fazer o exame preventivo papanicolau ao menos uma vez por ano para detectar a presença do vírus. E, quando um dos parceiros percebe qualquer alteração nas áreas genitais, como lesões, vermelhidão ou verrugas, precisa procurar um médico imediatamente. Outra forma de prevenção é a vacinação.
8. Existe uma vacina? Como ela funciona?
Sim. É mais uma medida preventiva. A vacina é comercializada no Brasil por dois laboratórios e protege contra algumas variações do HPV. De acordo com estudos clínicos, é indicada para uso em mulheres de 9 a 26 anos de idade. A eficácia em outras faixas etárias e em homens ainda está sendo estudada. A aplicação é feita em três doses, sendo a primeira na data escolhida e as demais com intervalos de 45 dias. A vacina deve ser reforçada a cada ano.
Existem mais de 100 variações do vírus, os considerados de alto risco (oncogênicos), que podem resultar no câncer de colo de útero, e os de baixo risco, que provocam outras manifestações, como o surgimento de verrugas acinzentadas (condiloma).
De acordo com o Ministério da Saúde, são registrados 137 mil novos casos da doença a cada ano no país. "Estudos sugerem que após 12 meses da primeira relação sexual, 30% das mulheres já apresentam determinados tipos de HPV", comenta a ginecologista Sueli Raposo, do Delboni Auriemo Medicina Diagnóstica/ DASA.
Os números refletem uma das maiores preocupações em torno do HPV: a de que ele pode ser transmitido com bastante facilidade e muita gente desconhece como o contágio pode acontecer. O ginecologista José Maria Soares, um dos autores do livro "Ginecologia" (Editora Manole), ajuda a esclarecer as dúvidas em torno do assunto.
1. Usar preservativo já é o suficiente para evitar a transmissão do HPV?
Não. A camisinha é essencial para reduzir os riscos, mas não elimina a chance de contaminação. Uma vez que o vírus pode ser transmitido através do atrito da pele com uma área infectada, o preservativo vai proteger apenas a região do pênis que é recoberta por ela. Se há contato com outras áreas expostas contaminadas, como a região púbica e escrotal masculina ou com a vulva feminina, as chances de transmissão existem.
2. É possível que a transmissão ocorra através do contato com toalhas, roupas íntimas e até pelo vaso sanitário?
Sim. O HPV é mais resistente que o HIV, porque sobrevive por mais tempo no ambiente. O risco de contágio dessas maneiras é menor, mas existe. Logo, se uma pessoa tiver atrito com uma peça infectada, a chance de contaminação não pode ser descartada.
3. E no caso de compartilhar a mesma lâmina ou fazer depilação com objetos usados por mais de uma pessoa?
Também há a chance de transmissão. E quando envolve sangue, o risco aumenta mais ainda.
4. A manifestação do HPV ocorre de maneira igual no corpo de homens e mulheres?
Nas mulheres, podem aparecer na forma de feridas ou a aglomeração de verrugas acizentadas (chamado de condiloma acuminado) por toda a área genital. Para chegar a esse ponto, tudo vai depender da imunidade de cada uma. Pode levar uma semana, meses, anos ou, às vezes, a ferida pode nunca ocorrer. Os homens, em geral, não apresentam lesões visíveis no pênis, mas em alguns casos a inflamação pode aparecer.
5. Quais são os outros sintomas que as mulheres podem apresentar?
A maioria das pacientes não tem sintomas, mas o mais comum são coceiras, prurido e lesões. A úlcera vulvar, quando uma lesão abrasiva destrói a camada de pele, é mais rara.
6. O HPV pode ocasionar outras doenças?
Sim, nas mulheres, alguns tipos do vírus podem ocasionar o câncer de colo de útero. O HPV também pode estar associado a doenças venéreas, tais como sífilis, gonorreia e clamídia.
7. Mas qual a melhor maneira de se prevenir contra o HPV?
Usar preservativo nas relações sexuais, ter um parceiro fixo, além de cuidados higiênicos, como não compartilhar objetos pessoais ou sentar no vaso sanitário de banheiros públicos são ações preventivas. Os homens devem passar por exames laboratoriais periódicos. Já as mulheres devem fazer o exame preventivo papanicolau ao menos uma vez por ano para detectar a presença do vírus. E, quando um dos parceiros percebe qualquer alteração nas áreas genitais, como lesões, vermelhidão ou verrugas, precisa procurar um médico imediatamente. Outra forma de prevenção é a vacinação.
8. Existe uma vacina? Como ela funciona?
Sim. É mais uma medida preventiva. A vacina é comercializada no Brasil por dois laboratórios e protege contra algumas variações do HPV. De acordo com estudos clínicos, é indicada para uso em mulheres de 9 a 26 anos de idade. A eficácia em outras faixas etárias e em homens ainda está sendo estudada. A aplicação é feita em três doses, sendo a primeira na data escolhida e as demais com intervalos de 45 dias. A vacina deve ser reforçada a cada ano.
HPV (PAPILOMAVÍRUS HUMANO)
O HPV (papilomavírus
humano), nome genérico de um grupo de vírus que engloba mais de cem tipos
diferentes, pode provocar a formação de verrugas na pele, e nas regiões oral
(lábios, boca, cordas vocais, etc.), anal, genital e da uretra. As lesões
genitais podem ser de alto risco, porque são precursoras de tumores malignos,
especialmente do câncer do colo do útero e do pênis, e de baixo risco (não
relacionadas ao aparecimento de câncer).
Transmissão do Papiloma Vírus Humano (HPV)
A transmissão se dá
predominantemente por via sexual, mas existe a possibilidade de transmissão
vertical (mãe/feto), de auto-inoculação e de inoculação através de objetos que
alberguem o HPV.
Diagnóstico
As características anatômicas
dos órgãos sexuais masculinos permitem que as lesões sejam mais facilmente
reconhecíveis. Nas mulheres, porém, elas podem espalhar-se por todo o trato
genital e alcançar o colo do útero, uma vez que, na maior parte dos casos, só
são diagnosticáveis por exames especializados, como o de Papanicolaou (teste de
rotina para controle ginecológico), a colposcopia e outros mais sofisticados
como hibridização in situ, PCR (reação da cadeia de polimerase) e captura
híbrida.
Sintomas
A infecção causada pelo HPV
pode ser assintomática ou provocar o aparecimento de verrugas com aspecto
parecido ao de uma pequena couve-flor na pele e nas mucosas. Se a alteração nos
genitais for discreta, será percebida apenas através de exames específicos. Se
forem mais graves, as células infectadas pelo vírus podem perder os controles
naturais sobre o processo de multiplicação, invadir os tecidos vizinhos e
formar um tumor maligno como o câncer do colo do útero e do pênis.
Tratamento
O vírus do HPV pode ser
eliminado espontaneamente, sem que a pessoa sequer saiba que estava infectada.
Uma vez feito o diagnóstico, porém, o tratamento pode ser clínico (com
medicamentos) ou cirúrgico: cauterização química, eletrocauterização,
crioterapia, laser ou cirurgia convencional em casos de câncer instalado.
Recomendações
* Lembre-se que o uso do
preservativo é medida indispensável de saúde e higiene não só contra a infecção
pelo HPV, mas como prevenção para todas as outras doenças sexualmente
transmissíveis;
* Saiba que o HPV pode ser
transmitido na prática de sexo oral;
* Vida sexual mais livre e
multiplicidade de parceiros implicam eventuais riscos que exigem maiores
cuidados preventivos;
* Informe seu parceiro/a se o
resultado de seu exame para HPV for positivo. Ambos precisam de tratamento;
* Parto normal não é indicado para
gestantes portadoras do HPV com lesões genitais em atividade;
* Consulte regularmente o
ginecologista e faça os exames prescritos a partir do início da vida sexual.
Não se descuide. Diagnóstico e tratamento precoce sempre contam pontos a favor
do paciente.
http://drauziovarella.com.br/sexualidade/hpv-papilomavirus-humano/
domingo, 24 de novembro de 2013
Fontes renováveis e não renováveis de energia
![](http://www.multirio.rj.gov.br/images/stories/fumaca_carro_poluente.jpg)
Para quem vive na cidade
grande, a poluição e a fumaça já fazem parte do dia a dia, especialmente as que
saem do cano de descarga dos automóveis. Mas quem quer viver em um ambiente
poluído? Ninguém, claro! Não faz bem à nossa saúde, nem aos demais seres vivos,
à natureza.
Pensando no futuro do planeta,
na vida com mais qualidade, os cientistas vêm desenvolvendo biocombustíveis. O
que é isso? São combustíveis de origem biológica – principalmente de origem
vegetal, como a partir da soja, do milho e da cana-de-açúcar – para substituir
o petróleo e o gás natural, atualmente muito utilizados e responsáveis em
grande parte por agressões ao meio ambiente.
Que tal aprender um pouco mais
sobre isso?
Fontes
de energia renováveis e não renováveis – Para começar a entender por que os biocombustíveis são
importantes, é preciso entender um pouco das fontes de energia utilizadas no
mundo.
Algumas
fontes são chamadas renováveis, ou seja, podem ser usadas sempre, porque não
vão se esgotar – por exemplo, a energia gerada pela água em usinas
hidrelétricas ou a energia solar e eólica (gerada pelo vento). Além da vantagem
de não se esgotarem, essas fontes de energia também são geralmente consideradas
formas de energia limpa, porque não agridem o meio ambiente. Na verdade,
algumas fontes renováveis também geram poluição, mas essa agressão à natureza é
considerada muito pequena se comparada às fontes não renováveis.
![](http://www.multirio.rj.gov.br/images/stories/fumaca_milhoes_de_anos.jpg)
Esses combustíveis têm também
outras desvantagens: são altamente prejudiciais ao meio ambiente e ficam
concentrados em algumas regiões do mundo – ou seja, nem todos os países têm
acesso fácil a eles. Por isso, cada vez a ciência tem se ocupado em buscar
outras fontes de energia, mais democráticas e menos poluentes.
Biocombustíveis – Um exemplo do que os pesquisadores têm criado são os
biocombustíveis, os tais gerados a partir de componentes biológicos,
principalmente de plantas. Além de substituir, pelo menos em parte, o uso de
fontes de energia não renováveis, esses biocombustíveis, quando colocados em
motores de carros ou caminhões, emitem menos poluição do que os combustíveis
fósseis.
![](http://www.multirio.rj.gov.br/images/stories/fumaca_carro_energia_solar.jpg)
Biodiesel – O biodiesel é um combustível produzido a partir de gorduras
animais ou óleos vegetais extraídos de plantas oleaginosas como soja, dendê,
girassol, babaçu, amendoim, mamona e pinhão-manso. Mas não adianta colocar
pasta de amendoim no tanque do carro! Antes de ser usado nos motores, o óleo
extraído das plantas passa por um processo químico nas indústrias, podendo ser
misturado também com óleos extraídos de outros vegetais. O produto final é bem
diferente daquele que foi retirado das plantas.
![](http://www.multirio.rj.gov.br/images/stories/olho_04%20fumaa.gif)
Produzir biodiesel é importante
por vários motivos. Um deles é a preservação do meio ambiente, porque o
material necessário – óleo vegetal – é extraído de plantações, evitando a
necessidade de derrubar árvores ou investir fortunas na perfuração de poços em
busca de petróleo. Além disso, ele polui menos o ar do que o combustível
tradicional.
Outra vantagem importante é
econômica: produzindo o biodiesel aqui, o Brasil não precisa comprar tanto
petróleo de outros países, economizando um bom dinheiro. Em 2008, o uso do
biodiesel economizou quase dois bilhões de reais (que teriam sido gastos com a
importação de diesel de petróleo).
![](http://www.multirio.rj.gov.br/images/stories/olho_05%20fumaa.gif)
Alguns especialistas, porém,
têm uma visão mais pessimista. Eles acreditam que, embora a plantação de
oleaginosas em pequenas propriedades gere empregos e renda para os
agricultores, isso pode comprometer a produção dessas plantas na quantidade
necessária para abastecer o país no que diz respeito à alimentação.
Etanol
(álcool) – Desde
a década de 1970, o governo brasileiro incentiva o uso do álcool fabricado a
partir da cana-de-açúcar como combustível. Um dos motivos para isso é o preço
do álcool, mais barato do que o da gasolina (combustível à base de petróleo).
Existem duas formas de usar o
álcool nos carros: misturado à gasolina ou puro, em motores adaptados. Na
década de 1980, nove de cada dez automóveis vendidos no país eram movidos a
álcool. Porém, na década seguinte, por conta da queda no preço do petróleo, a
situação mudou: apenas um de cada cem carros vendidos tinham motores a álcool.
![](http://www.multirio.rj.gov.br/images/stories/fumaca_bicombustivel.jpg)
O etanol pode ser produzido a
partir de vários vegetais, mas, no Brasil, só se usa a cana-de-açúcar, que
oferece mais vantagens energéticas e econômicas. Ponto também para o meio
ambiente: o cultivo da cana apresenta várias vantagens ecológicas. Por exemplo,
causa pouca erosão no solo, recicla os resíduos gerados, não polui a água.
Além disso, seu uso como
combustível garante a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa,
como o gás carbônico. Só no Brasil, de 1970 a 2005, o uso de etanol significou
não emitir 644 milhões de toneladas de gás carbônico!
Por essas e outras, as
plantações de cana representam hoje a maior área de produção orgânica do país.
O ambiente
agradece – Os
especialistas têm observado que a produção de biocombustíveis tem tido um
retorno social e ao meio ambiente bastante positivo. Uma característica boa,
por exemplo, é que o plantio dos materiais necessários ajuda a recuperar áreas
que já haviam sido desflorestadas. Além disso, é possível fazer um rodízio de
plantações em terras voltadas à produção de alimentos e empregar muita gente.
O combustível do futuro - Por serem tão promissores em relação à economia e à preservação do meio ambiente, os biocombustíveis chamam a atenção de muitos pesquisadores, que vêm testando diferentes matérias primas para fabricá-los. Além dos óleos vegetais, gorduras animais e cana-de-açúcar, há pesquisas com outros materiais.
O combustível do futuro - Por serem tão promissores em relação à economia e à preservação do meio ambiente, os biocombustíveis chamam a atenção de muitos pesquisadores, que vêm testando diferentes matérias primas para fabricá-los. Além dos óleos vegetais, gorduras animais e cana-de-açúcar, há pesquisas com outros materiais.
Um exemplo é o etanol
celulósico, obtido a partir de componentes das plantas que geralmente são
jogados fora, pois não servem à alimentação humana nem animal e nem à
fabricação de móveis ou papel. É o caso da casca dos eucaliptos, que atualmente
é descartada, mas contém bastante celulose e poderia ser usada para produzir
etanol celulósico.
Estudos já mostraram que esse
biocombustível apresenta muitas vantagens não só para o meio ambiente, mas
também para a saúde humana, já que o etanol celulósico produz menor quantidade
de matéria fina particulada – um componente da poluição especialmente perigoso
para a nossa saúde.
Achou uma boa idéia? Pois
espere para conhecer a próxima!
![](http://www.multirio.rj.gov.br/images/stories/olho_06%20fumaa.gif)
Por fim, é importante destacar
que esse é um objetivo conjunto de todos os países – afinal, dividimos e
queremos preservar o mesmo planeta! Por isso, várias parcerias têm sido
estabelecidas ao redor do mundo para possibilitar e ampliar a produção de biocombustíveis.
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